14 de dez. de 2009

Relações internacionais abaladas

Relações internacionais abaladas

Como era de se esperar, o Brasil com um caráter de amigo de todos, e democrático, tem investido em suas relações exteriores. Fazendo acordos de diversos tipos (energia, ciência e tecnologia, comércio, indústria, agricultura e de finanças) com países da América do Sul, da Europa, da Ásia, e até mesmo com países do Oriente Médio, que recentemente gerou muitas críticas pela visita de Mahmoud Ahmadinejad (então presidente do Irã). Cito aqui trechos de notícias vinculadas ao O Globo.com e ao Reuters, datadas entre 23/11/2009 à 02/12/2009:

“O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse na quarta-feira [02/12/2009] que o Irã vai enriquecer urânio para um nível mais elevado, aparentemente descartando um acordo acertado com a Organização das Nações Unidas (ONU) para dirimir temores de que Teerã esteja tentando desenvolver armas nucleares. [...]”

“[...] Ahmadinejad foi mais explícito. ‘Graças a Deus, a nação iraniana produzirá urânio enriquecido a 20 por cento e tudo o mais que precisa’, disse ele num discurso transmitido pela televisão na cidade de Isfahan. Caso consiga isso, o Irã pode aumentar as suspeitas de que o objetivo nuclear subjacente é desenvolver armas, já que não tem a tecnologia para criar combustível para um reator médico a partir de LEU de um grau maior. Para bombas, o material precisa ser enriquecido a 90 por cento.”

Fonte:http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/12/02/ahmadinejad-ira-produzira-combustivel-nuclear-20-enriquecido-915016325.asp

Nestas circunstâncias de suspeitas de produção de armas nucleares por parte do Irã, o Brasil ainda apóia a independência energética do país (Irã) no oriente médio, e recebe com orgulho (em meio às críticas) o presidente Mahmoud Ahmadinejad. Indo de contra a imagem que o Brasil tem no exterior, dando a impressão de que Lula (presidente do Brasil) concorda com as posições do presidente iraniano.

“O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, desembarcou nesta segunda-feira [23/11/2009] no Brasil para uma visita cercada de polêmica.

No domingo, antes mesmo da chegada de Ahmadinejad ao país, entidades ligadas à comunidade judaica, grupos religiosos, de defesa dos direitos humanos, de homossexuais e outras organizações realizaram protestos no Rio de Janeiro contra a visita do líder iraniano.

Nesta segunda-feira, em frente ao Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, algumas dezenas de pessoas carregando bandeiras de Israel e cartazes dos movimentos gay e feminista gritavam palavras de ordem contra o presidente iraniano. [...]”

“[...] Os críticos da visita de Ahmadinejad questionam o fato de o Brasil receber um líder tão polêmico com honras de chefe de Estado. Esses críticos temem que o gesto possa deixar a impressão de que o Brasil concorda com as posições do presidente iraniano - que defende o fim do Estado de Israel, nega o Holocausto e resiste à pressão internacional para que o Irã interrompa seu programa de enriquecimento de urânio.

O governo brasileiro, porém, afirma que a política externa brasileira tem uma tradição de não intervir em assuntos internos de outros países, que isolar o Irã seria menos produtivo e que o melhor caminho é o diálogo.

Reagindo às criticas, o presidente Lula disse no domingo que estava honrado em receber no Brasil a terceira figura importante do Oriente Médio em menos de 15 dias: nas últimas duas semanas já estiveram em Brasília o presidente de Israel, Shimon Peres, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

‘Com todos queremos falar de paz’, disse o presidente.

Às vésperas de assumir uma vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU e com a pretensão de conquistar um assento permanente, o Brasil busca com as visitas dos líderes do Oriente Médio desempenhar um papel mais relevante nas grandes discussões internacionais.

Críticos, no entanto, afirmam que Ahmadinejad está apenas usando o Brasil - e a América Latina - para tentar furar o bloqueio internacional que é imposto ao país.”

Fonte:http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/11/23/lula-recebe-ahmadinejad-em-meio-protestos-914883309.asp

Esses acontecimentos recentes de intervenções nas relações exteriores do Brasil, pelos países da Organização das Nações Unidas (ONU) confirmam que se trata de um jogo de interesses, já que o Brasil disputa uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU e por fim de quem domina mais (No caso, os Estados Unidos). O que me convence de que ainda podemos ter um início de uma nova guerra mundial, na qual não sei como ocorrerá, porém as primeiras intrigas estão acontecendo a um bom tempo. No qual temos problemas, e polêmicas envolvendo países da América do Sul (principalmente Venezuela, e Colômbia – sem levar em consideração os episódios ocorridos com nosso presidente, Lula) no contexto político global. Mesmo assim, ainda não entendo como nosso presidente procura “desempenhar um papel mais relevante nas grandes discussões internacionais” com “uma tradição de não intervir em assuntos internos de outros países”.

“Os presidentes de Irã e Venezuela trocaram elogios e criticaram o ‘imperialismo’ norte-americano nesta quarta-feira [25/11/2009], no fim de uma controversa viagem do líder da nação islâmica pela América do Sul.

O venezuelano Hugo Chávez aproveitou a cerimônia de recepção a seu colega Mahmoud Ahmadinejad, no palácio presidencial, para se lançar mais uma vez contra Israel, Estado que qualificou de ‘braço assassino do império ianque’.

O líder da Venezuela criticou assim as declarações do presidente israelense, Shimon Peres, que disse há poucos dias que Chávez e Ahmadinejad vão desaparecer em pouco tempo porque seus povos estão cansados deles.[...]”

“O presidente iraniano, criticado por seu programa nuclear e sua legitimidade no cargo após as últimas eleições, não economizou elogios a seu colega, a quem chamou de ‘irmão valente’ pelo o que considera seu papel na libertação dos povos da América Latina.

‘Eu sou seu irmão e seu amigo e para mim é uma honra (...) felizmente o imperialismo está caindo’, disse Ahmadinejad, que chegou na noite de terça-feira [24/11/2009] à Venezuela após visitar Bolívia e Brasil.

Por sua parte, Chávez chamou seu ‘irmão Ahmadinejad’ de ‘herói’ e ‘gladiador das lutas anti-imperialistas’, enquanto ambos mantinham suas mãos dadas na cerimônia oficial de recepção.”

Fonte:http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/11/25/chavez-ahmadinejad-trocam-elogios-criticam-imperialismo-914925997.asp

Em todas as ocasiões o presidente Lula teve sérias contradições, no momento em que afirma que o Irã irá somente utilizar a energia atômica para fins pacíficos – mesmo depois de ser alertado em que o país não quer usar para fins pacíficos, e sim para a guerra quando possível -, e no momento em que aceita ajudar as relações conturbadas do Irã e países do Oriente Médio (principalmente Israel), mesmo após dizer que não irá intervir em relações entre países.

Já no caso do presidente Hugo Chávez em fazer questão da presença do presidente Mahmoud Ahmadinejad e tratá-lo como aliado a uma luta contra o imperialismo americano, complica ainda mais as relações exteriores com países do hemisfério norte, no entanto sabe-se que ele tem apoio da Colômbia.

Com relação ao que eu tinha dito antes, de que é possível estarmos próximo de uma nova guerra mundial, temos que relembrar que a guerra fria ainda não acabou, porém o que acabou foi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e surgiu a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que hoje em dia não passa mais do que um bloco econômico às idéias da União Européia, e os Estados Unidos como superpotência firmando sua hegemonia imperialista. E sem se esquecer, é claro, da China, que ano passado cresceu 12%, em 10 anos consecutivos de crescimento acima de 8% - um valor tão alto, que enquanto isso o Brasil impressionou o mundo com as míseras expectativas de crescer em 6,5% seu Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

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